figurinhas do rock: Semana Especial Led Zeppelin - Dia III - Inventa-se o Heavy Metal

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Semana Especial Led Zeppelin - Dia III - Inventa-se o Heavy Metal

Depois da turnê da banda pela Escandinávia, onde o Zeppelin já vinha apresentando uma série de músicas novas que seriam gravadas no seu primeiro álbum, eles entraram nos Olympic Studios de Londres para fazer as gravações. A experiência de Jimmy Page e John Paul Jones em estúdios foi decisiva para a rapidez de gravação e qualidade do álbum.

Com o disco pronto, Peter Grant partiu para os Estados Unidos, e conseguiu fechar o melhor negócio conhecido até então, um contrato com a Atlantic, que lhes rendeu um gordo adiantamento, e garantiu um lançamento do álbum em Janeiro de 1969.

Antes do lançamento, a banda realizou uma turnê pelos Estados Unidos abrindo para bandas maiores, e foi possível notar o que o Zeppelin seria mais tarde, pois as torcidas enlouqueciam com seu som pesado, e as bandas que vinham depois deles não tinham tão boa "aceitação".

Por fim, o álbum Led Zeppelin I saiu, e foi mal recebido pelos críticos. Mais voltado para reinterpretações de músicas de outros artistas (nem todos creditados), o álbum foi bastante comparado ao disco Truth de Jeff Beck, lançado um ano antes, o que causou irritação dos músicos, que não viam o menor cabimento na comparação. 

A verdade é que, apesar de muito criticado, o álbum é excelente, contando com um perfeito equilíbrio entre partes plácidas e pesadas, algo que se tornaria marca registrada da banda.

Iniciando com a dançante, vibrante e pesada Good Times Bad Times (uma das únicas originais da banda no disco), é seguida da F-A-N-T-Á-S-T-I-C-A Babe I'm Gonna Leave You, algo que Jimmy Page classificou como uma música com diferenças entre "luz e sombra". Com dedilhados em contraste com partes pesadas, a faixa ganha uma interpretação no mínimo impressionante de Robert Plant.

You Shook Me traz um blues de muita qualidade, e é seguida de uma das faixas mais clássicas do Zeppelin, Dazed And Confused, bastante experimental, e que foi por anos a peça central dos shows do Zeppelin, sendo ampliada em até 45 minutos.

Com uma pegada mais pop, Your Time Is Gonna Come traz os teclados afinados e de bom gosto de John Paul Jones, e abre espaço para a acústica Black Mountain Side, que era tocada por page desde os tempos dos Yarbirds sob o nome de Black Water Side.

Communication Breakdown traz todo o peso e voracidade da banda, e se tornou instantaneamente um clássico, sendo um dos muitos pontos altos dos shows do Led daí pra frente. Mais um blues incrível vem em I Can't Quit You Baby, com Robert Plant puxando seus agudos desafiadores em meio à riffs desconcertantes de Page.

E, para encerrar esse álbum fantástico, How Many More Times, que começa com uma linha de baixo incrível, e segue mais um riff impressionante, que vem mostrando toda a técnica de Page e de Bonzo, que faz uma batida pesada e técnica.



Mesmo não tendo apoio da crítica, o álbum caiu logo no gosto popular, e fez a banda lotar os locais por onde tocava daí por diante. Um fato interessante dessa fase, é que, em um show (que eu não me recordo onde foi realizado), a banda tocou seu set normal (que nessa época era de cerca de uma hora), e o público pediu bis. Após esse bis a banda saiu da banda, mas o público, descontrolado, subiu no palco e praticamente os obrigou a voltar. 

Após tocar o set novamente o público queria mais, e eles tentaram fazer coisas originais, mas após algum tempo se cansaram disso, e começaram fizeram covers e interpretações de bandas como os Beatles e The Who, e o show teve mais de 4 horas de duração.

Nessa época fizeram muitos shows, e na estrada começaram a surgir as idéias para o próximo álbum. Em meio aos shows, começaram a fazer gravações em diversos estúdios, e assim, o álbum foi tomando forma. Mas demorou à sair por causa de problemas na mixagem, e só foi lançado em 22 de Outubro de 1969.

Um grande clássico do Rock Pesado, trouxe um Zeppelin mais crú e pesado, onde grande clássicos apareceram. 

O primeiro é a música incrível Whole Lotta Love, com seu riff inicial inconfundível. É seguido da música com um dos melhores (se não o melhor) riff de Jimmy page, Heartbreaker. 

A mais plácida What Is And What Should Never Be traz outra faceta da banda, com um vocal mais suave, mas com um refrão bastante pesado, e um solo muito bonito.

A vibrante The Lemon Song traz o Hard Rock clássico da banda, com vocais desafiadores, baixo vibrante, batida precisa e guitarra  blueseira. 

A grande balada do disco, Thank You foi a primeira música com letra de Robert Plant, em homenagem a sua esposa. Tem bastante influência do teclado de Jones, e é na minha opinião a menos expressiva do álbum. Em seguida, a dançante Living Loving Maid (She's Just A Woman) traz a fórmula de sucesso do Zeppelin, com um solo muito bom de Page e um vocal desafiador.

A praticamente acústica Ramble On traz um pouco do som celta que influenciou a banda, com bastante arranjos de cordas, realmente muito bons. A instrumental e pesada Moby Dick na verdade serve de base para o famoso solo de bateria de Bonzo, que ao vivo a ampliava em quase 40 minutos em algumas ocasiões.

E, para encerrar o álbum, algo que não poderia faltar, um blues de qualidade, encarnado em Bring It On Home, com uma linha de gaita de boca fantástica de Plant, e um riff de guitarra simples e e qualidade.


Em conclusão é preciso notar a qualidade dos dois primeiros álbuns do Led, que "saltam aos ouvidos", que mostram a grande qualidade individual de cada músico, e mostram tudo o que o Zeppelin viria a se tornar. Foi o pontapé inical para a fama, e depois dele, a banda ganhou bastante reconhecimento (do público, é claro) por que a imprensa sempre os criticou, até nos anos áureos. É uma pena...

2 comentários:

Guilherme M disse...

Led Zeppelin na veia

vlw !!!

Eduardo Nunes disse...

O Led 2 é mega fodalhástico. Define a sonoridade que eles criaram no 1.

Sobre Whole Lotta Love, muita gente paga pau para o riff, mas o melhor dessa música, na minha opinião, é o solo maravilhoso!

Abraço

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