Após o sucesso estrondoso do Led IV, começou a fase de maior sucesso da banda, aquela em que faziam shows de mais de quatro horas em estádios lotados, tinham todas as Groupies que quisessem e tinham dinheiro para limpar as nádegas.
Fizeram várias turnês, tanto nos EUA e Inglaterra quanto em outros lugares do mundo. Ao tocar no Japão, se surpreenderam com a platéia, que somente aplaudia ao fim das músicas, ficando quietos o restante do tempo, algo totalmente oposto às platéias americanas, que gritavam e pareciam ensandecidas durante todo o tempo do show.
Nessa época Bonzo começou a ficar bastante desagradável, bebendo demais e descarregando toda a sua energia na destruição de quartos de hotéis. Certa vez, numa festa, ele e Cole (técnico da banda e companheiro de farras de Bonzo) bateram em um homem por bobagem e depois tocaram dinheiro na cara dele, como se isso fosse compensar a atitude animal deles.
Mas, mesmo depois desses acontecimentos, a banda volta ao estúdio em 1972 para gravar seu próximo álbum. Foram para Headley Grange com o estúdio móvel dos Stones, e lá começaram a trabalhar nas músicas.
Conseguiram concluir ele relativamente rápido, e em 28 de Março de 1973 ele foi finalmente lançado. Chamado Houses Of The Holy, assim como o Iv não vinha com nenhuma informação na capa, apenas dentro do LP.
Inicia com a pesada e dinâmica The Songs Remains The Same, realmente uma música excelente, com a levada clássica da banda.
Em seguida, The Rain Song traz uma sonoridade calma (beirando o depressivo) com vocal suave e um violão bem executado. É seguida por Over The Hills And Far Away, uma música mais blues e com uma pegada bem característica de Page.
A faixa seguinte, The Crunge, é um funk tributo a James Brown, com um baixo e guitarra espetaculares, e um vocal muito bom de Plant. Nome de novela? Talvez, mas Dancing Days traz um funk mais profundo e calmo, com um tom bastante interessante, em que Page usa um slide, algo raro, pois essa é uma técnica que Page nunca havia explorado profundamente, mas que caiu bem na faixa.
D'Yer Mak'er traz um reggae bem interessante, embora eu não goste muito do estilo, devo adimitir que a banda construiu com maestria a faixa. É uma das mais famosas da banda, conhecida até por quem não gosta de rock (a faixa definitivamente não é rock!).
E finalmente o melhor do disco! No Quarter traz uma mistura bastante incomum, com o uso de sintetizadores e teclados mais proeminentes (Jones realiza inclusive um solo). O riff de guitarra que entra depois da introdução é F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O, com uma pegada épica muito boa, e vocal com efeitos. Pra mim é um ponto importante na musicalidade da banda, que abriu caminho para músicas como Kashmir no disco seguinte.
E, para encerrar o disco, The Ocean, dedicada ao "oceano" de fãs que ia nos shows da banda. Possui um clima bluseiro de alta qualidade, com uma batida muito boa, baixo suingado e guitarra com muita pegada.
Houses Of The Holy vendeu bem, e manteve a fama da banda em alta. Foi o último álbum da banda lançado pela Atlantic. Em 1974 o contrato feito por Grant de cinco anos terminou, e em vez de fazer um novo, a banda preferiu criar um selo próprio, algo que os Beatles e os Rolling Stones já haviam feito antes. Foi lançado oficialmente em 10 de maio de 1974.
Ao contrário dos selos das outras bandas, feitos por "vaidade", o selo do Zeppelin realmente lançou discos de outros artistas, como Bad Company, Pretty Things e Dave Edmunds.
Nesse selo foi lançado o 6° álbum da banda em 1975, o incrível Physical Graffiti, aclamado por muitos (inclusive por mim) como o melhor álbum da banda.
Mais uma vez, as gravações foram iniciadas em Headley Grange, e concluídas em Island Studios. Foi o primeiro disco duplo do Led, que aproveitou canções inacabadas de álbuns anteriores.
Inicia com a excelente Custard Pie, com seu riff inconfundível, e um vocal de arrepiar. É seguida da incrível The Rover, com uma batida excelente, muito peso e um riff incrível, talvez um dos melhores da banda.
Blues em In My Time Of Dying, música mais longa da banda lançada em um disco de estúdio. Possui um início mais calmo, mas depois o peso entra e Page executa uma guitarra slide incrível.
Houses Of The Holy? Sim, essa canção foi a que deu nome ao disco anterior, mas não foi incluída entre as músicas. Possui bastante peso, mas com um ritmo mais dançante.
Pop em Trampled Under Foot, mais liderada pelos teclados de Jones que pela guitarra de Page. Mesmo assim possui um instrumental de qualidade, e um vocal rasgado e uivante. É seguida pela melhor do álbum, Kashmir. Realmente não há palavras para a descrever, possui um clima denso e épico não encontrado em outras músicas da banda, instrumental hipnótico e vocal desconcertante.
In The Light traz uma longa introdução de teclado, que é seguido por uma música mais lenta com um violão de grande qualidade. Possui lick's de guitarra em certas partes muito bons, mas que talvez não se comparem a outros já criados por Page.
Bron Yr Aur é uma sobra do Led III, e nada mais é do que um instrumental de violão. Com uma pegada mais pop, Down By The Seaside traz uma melodia "chiclete" que realmente fica na cabeça.
Mescla de um som acústico com elétrico em Ten Years Gone, que apesar de não ser uma grande canção possui uma melodia bem interessante. É seguida de mais uma música baseada no teclado, Night Flight, que tem um vocal excelente, e uma guitarra que quase não aparece.
Agora sim o som clássico do Led voltou! The Wanton Song lembra bastante as músicas do led II, pelo riff pesado, baixo suingado e bateria muito boa. Boogie With Stu possui uma batida que lembra uma bateria eletrônica, com um teclado e vocal que lembram bastante aquelas músicas de bar de faroeste. Realmente muito boa, tem um ritmo dançante contagiante.
Black Country Woman traz, um blues acústico, traz linhas de gaita de boca muito boas. Abre espaço para a faixa final do disco, Sick Again, um blues elétrico de grande qualidade, peso e uma guitarra muito bem executada, realmente um excelente final para um álbum excelente...
A fase de ouro da banda foi caracterizada por muito dinheiro, excessos dos músicos, drogas, álcool, e também por álbuns excelentes. Apesar disso ter ocorrido durante toda a carreira do Led, mas nesses anos foi quando a banda começou a se desgastar depois de tanta loucura e viagens.
Mas o sucesso não dura para sempre, e, como diria aquela lei da física, tudo o que sobe tem que descer (até um zepelin)...
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