figurinhas do rock: Semana Especial Led Zeppelin - Dia IV - Do Inferno Ao Céu

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Semana Especial Led Zeppelin - Dia IV - Do Inferno Ao Céu

Enquanto a fama do Zeppelin crescia rapidamente e o dinheiro começou a chegar, os excessos tão conhecidos da banda começaram. Foi aí que televisões, geladeiras cheias de roupas íntimas femininas e outras coisas começaram a voar pelas janelas dos hotéis. 

Depois de uma tulmutuada turnê, Bonzo e Jones tiraram férias para visitar a família, enquanto Plant e Page foram para uma Bron-Yr-Aur Stomp, uma cabana no País de Gales famosa e cheia de lendas. Lá, começaram a compor para o próximo álbum, e os dois desenvolveram uma grande afinidade nesse tempo. 


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Andavam pelo campo perto da cabana, Page com um violão nas costas, e compuseram assim boa parte do disco. Quando voltaram para a "civilização", mostraram as canções para Bonzo e Jones, que gostaram, e assim entraram no estúdio para gravar.

Como no disco anterior, Led Zeppelin III teve problemas na hora da gravação, mixagem e montagem da arte da capa, o que atrasou o lançamento, e obrigou Jimmy Page a gravar durante a turnê (o que já havia feito nos álbuns anteriores). 


Na hora da mixagem final, o técnico perguntou a Page se ele queria gravar alguma mensagem no disco, e ele escolheu a frase "Faça tudo o que quiserdes, isso há de ser toda lei" de Alester Crowley, escrito como "Faça tudo o que quiserdes, assim seja", o que serviu para fazer fanáticos religiosos os chamarem de satanistas.

Por fim, em 5 de Outubro de 1970 saiu o disco mais criticado e menos vendido da carreira da banda, Led Zeppelin III.

Trazendo um som mais baseado no Folk, o disco trazia um som mais plácido bastante diferente, que desagradou os fãs. Estes esperavam uma "nova" Whole Lotta Love, mas, segundo Jimmy Page, eles nem tentaram isso, procurando fazer um som que refletisse a fase dos músicos naquele momento específico, que no caso era música mais folk.

Pra mim o disco é excelente (sou suspeito pra falar, mas tudo bem), trazendo músicas que fogem de todo aquele peso inicial, e que deram um novo gás ao som da banda.

Inicia com a pesada e dançante Immigrant Song, um clássico do disco (imortalizado no filme escola de Rock). Em seguida, a balada Friends traz a parte mais melosa do disco, sem deixar de ter qualidade, com uma pegada épica criada pelo teclado de Jones de arrepiar a espinha. Termina com um som de motor de zepelin que engata na próxima,  a mais pesada e também dançante Celebration Day traz um som mais parecido com o Led II, com um bom solo de Page.



Agora sim! O melhor do disco acaba de chegar. Since I've Been loving You, um blues incrível, na minha opinião o melhor já feito pela banda, com uma linha de guitarra no mínimo PERFEITA, com um som que vai evoluindo até um final apoteótico e hipnotizante. 

Mais uma música pesada em Out On The Tiles, essa com um apelo mais pop no refrão, mas de qualidade. Folk de muita qualidade em Galows Pole, com um vocal rasgado e imprevisível, e uma batida caprichada de Bonzo.

Tangerine, balada no início violão e voz e que incorpora outros instrumentos mais à frente, possui uma sonoridade bem interessante, com um pouco de country no solo. Depois a mais plácida do disco surge, Thats the Way, balada violão e voz, talvez a menos expressiva , mas que abriu caminho para músicas como Going To California no disco seguinte.

Mais uma violão e voz em Bron-Yr-Aur Stomp, porém com um rítimo dançante bem interessante, com as batidas sendo feitas por batidas de mãos. Bastante psicodélica, Hats Off To (Roy Harper) traz vocais e linhas de guitarra distorcidos, num som mais experimental, mas mesmo assim com a qualidade clássica da banda.


Mesmo com o trabalho que os músicos investiram no disco, ele não trouxe o retorno desejado, e as baixas vendas começaram a preocupar Peter Grant e a Atlantic. Assim, surgiu na banda a impressão que era necessário fazer algo arrasador, uma obra-prima capaz de alavancar de vez sua carreira e que os tirasse da lama.

Com esse espírito em mente, foram para Headley Grange durante um frio fortíssimo, em que a infra-estrutura do lugar não ajudava em nada para diminuir o frio. Mas por incrível que pareça, esse clima os manteve unidos próximos a lareira, e eu acho que foi bastante importante para a qualidade das músicas compostas. Utilizaram o estúdio móvel dos Rolling Stones para fazer as gravações, que ficaram excelentes.

O fluxo criativo intenso usado para compor as faixas é o mesmo apresentado no disco, e os microfones conseguiram captar todos os elementos das músicas, tornando esse um disco muito especial.

Já fiz uma resenha dele, mas vou escrever agora com os conhecimentos que adquiri recentemente. 

Lançado em 8 de Novembro de 1971, é lançado disco da banda, sem NENHUMA identificação na capa quanto ao nome da banda, do disco ou da gravadora. 

A capa, representa a união do velho com o novo, e o quadro do velho na parede foi um quadro comprado tempos antes por Robert Plant quando ele foi com Page em uma loja de antigüidades.

Inicia com a pesada e cadenciada Black Dog, que muitos relacionam ao demônio, mas que na verdade foi uma homenagem dos músicos à um cachorro que andava pelo estúdio na época da gravação.

Em seguida, a pesada, volumosa e mais rápida Rock and Roll traz toda a qualidade da banda na construção de um som vibrante e poderoso. 

The Battle Of Evermore, um tema mais leve e folk, teve bastante influência da história de Tolkien (O Senhor Dos Anéis), e teve nos vocais a parceria com Sandy Danny, o que causa um belo contraste de vozes, realmente muito bonito.

Ah! E finalmente "A Mãe De Todas As Baladas" apareceu! Stairway To Heaven é de longe a melhor e mais perfeita música composta pelo Zeppelin (e também a mais famosa), muito associada ao Diabo, e que ganha detalhes bastante completos da composição e gravação no livro Quando Os Gigantes Caminhavam Sobre A Terra. Pra mim essa música deve ter algo de demoníaco mesmo, por que ela é perfeita demais, me arrepiotoda a vez que a ouço.

Misty Mountain Hop traz uma pegada mais pop, com um ritmo hipnótico bem interessante e vocal inspirado. Em seguida, Four Sticks traz um som nem tão inspirado, mas que surpreende pelo fato de Bonzo à ter gravado com QUATRO BAQUETAS!!! Por isso o nome, e realmente é algo que deve ter influenciado gerações de bateristas.

Ah, mais um clássico! Going To California, acústica, é um dos pontos altos do disco, e se tornou um clássico nas apresentações da banda. Tem um bandolin excelente ao fundo, e mostra outra faceta da voz de Plant, mais suave e grave.

Ao ouvir When the Levee Breaks pensamos: "QUE BATERIA É ESSA!!!" Bonzo arrebenta na faixa, um blues com gaita de tirar o fôlego, de arrepiar, com um ritmo hipnótico e contagiante, realmente um belo final para esse álbum excelente.

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Do inferno ao Céu em um ano! Isso é que é carreira... 

Acho que o desastre do Zeppelin III talvez tenha feito os músicos se esforçarem mais na hora de compor, e talvez por isso o álbum tenha ficado tão bom. Depois do lançamento do IV, a carreira da banda realmente deslanchou, e a fama veio, e tudo parecia um mar de rosas. Será? É o que veremos amanhã...

4 comentários:

Eduardo Nunes disse...

Peraí, como assim "desastre do Led Zeppelin III"???

O fato de ser um disco criticado não serve para qualificá-lo como desastre. Quem dera que outras bandas gravassem desastres assim.

Led é PHODA

Abraço

Jefferson disse...

Eduardo, minha intenção não foi menosprezar o disco, até por que eu gosto muito dele, mas no livro Quando os Gigantes Caminhavam Sobre A Terra fica claro que, após o retorno fraco do Led III, a Atlantic e o próprio Peter Grant (embora de forma não tão agressiva) começaram a pressionar a banda para um lançamento de sucesso, e durante as gravações do Led IV os músicos realmente pareciam focados em buscar essa qualidade superior.

Page quis fazer algo um pouco diferente em Led III, mas o público ainda não estava pronto para aquilo. Em led IV, há faixas como The Battle Of Evermore e Going To California que são claramente "descendentes" de Tangerine e Bron-Yr-Aur Stomp, porém com um som mais refinado, que desta vez foi bem recebido pelo público.

Acho que o Led III foi muito importante para "preparar" o público para essas músicas mais plácidas, mesmo que de forma inconsciente...

abraço!

Guilherme M disse...

Os quatros primeiros da bandas são indispensavel,é dificil falar o mu preferido.Mas o disco que me fez gostar da banda foi Led IV.Quando eu ouvi eu pirei !!!

Strawberry Beatles Forever disse...

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